Cap. 54
Enquanto o prefeito McQueen se decompunha, Zyan chegava ao cabaré. “ELLE”, está entalhado na placa sobre a porta de entrada.
Não é um local muito grande nem muito cheio. Alguns vaqueiros bebem e jogam cartas com outros homens latinos enquanto senhoras servem bebidas e dançam usando apenas suas roupas de baixo.
— Bebida, mulher ou jogo? — pergunta um senhor negro abrindo a porta para o trapezista.
Zyan: — Estou procurando um homem europeu.
Homem negro: — Aqui nós temos só garotas, mas, se ao invés de europeu puder ser um negro bem dota...
Zyan interrompe a oferta: — O nome dele é Augustus Wondernoff.
Homem negro: — Nunca vi ou ouvi falar.
Zyan: — Ele estava com seu xerife.
Homem negro: — O xerife não apareceu aqui hoje.
Zyan: — Onde está a Lucíola?
Homem negro: — Acho que você quis dizer Lucrétia. Ela fica no quarto dela lá em cima, mas não atende...
O homem desiste de continuar falando uma vez que o trapezista já havia seguido rumo à escada que leva ao andar superior.
Zyan caminha pelo corredor em meio a gemidos e um cheiro de suor misturado a mofo e sabe-se lá o que pode ter feito aquelas manchas no chão, nas paredes e no teto.
Ele para em frente ao único quarto silencioso e bate na porta. Uma voz aguda pergunta, enquanto abre a porta: — Quem é?
Saltando, Zyan golpeia a robusta senhora no peito com seus dois pés, arremessando-a sobre um criado-mudo que se despedaça.
Ele entra e fecha a porta sorrindo, já pensando nos meios que utilizará para fazer a mulher falar.
No entanto, seu sorriso vai sumindo conforme Lucretia se levanta e volta a falar:
— Querido, isso não é jeito de tratar uma delicada dama indefesa.
A voz vai mudando enquanto ela continua a falar:
— Sorte minha eu não ser tão delicada assim.
Ela caminha até os pedaços do criado-mudo, pega uma das pernas do móvel e começa a caminhar em direção a um já temeroso Zyan, concluindo:
— E azar o seu eu não ser nada indefesa.
É possível ouvir os gritos do marroquino da rua. Encostado na entrada do cabaré, Solomon, o homem negro, franze os lábios pensando com seus botões: “Ele devia ter ficado com o negro. Iria doer bem menos.”
Ao mesmo tempo, na casa do prefeito, Zayn sente um calafrio.